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Comunicação Aplicada 

 

O Blog do CPS

 

 

COMUNICAÇÃO EM PRÁTICA
 

Júlia Portela

Editora do blog Comunicação Aplicada

 

Luiz Henrique Mandetta durou 471 dias no cargo. Saiu após se desentender com o presidente Jair Bolsonaro sobre a melhor forma de enfrentar a pandemia provocada pelo coronavírus. Isso você provavelmente já sabe. Mas quantas formas há de ser demitido? E quanto tempo costuma durar a gestão de um ministro da Saúde?

 

Segundo o artigo “Os ciclos de crise de imagem política: conceito, mensuração e análise”, de Wladimir Gramacho, publicado na revista Compolítica em 2019, eventos que envolvem a demissão de uma autoridade política são comuns e seguem uma dinâmica comum. Os chamados ciclos de crise de imagem política (CCI-pol) ocorrem quando há uma superexposição da imagem de uma autoridade política associada a fatos reprováveis pela opinião pública, que ameaça a reputação individual dessa autoridade e, indiretamente, a de seus superiores hierárquicos. A imprensa tem papel determinante nessa dinâmica, já que o nível de atenção que dá ao caso influencia diretamente o desenrolar da situação.

 

No Ministério da Saúde, a sobrevivência no cargo dos dez últimos ministros foi de 584 dias, em média. Mandetta, portanto, ficou abaixo dessa marca. Gilberto Occhi, seu antecessor, foi ministro por 273 dias. Já Ricardo Barros, ocupou o posto por 689 dias. No Governo Dilma, o recordista foi Alexandre Padilha, ministro por 1128 dias. Já no Governo Lula, a melhor marca foi de José Gomes Temporão, 1.386 dias completos.

 

A demissão de uma figura política tão influente como um ministro pode ter sérias repercussões para um governo, especialmente para a estabilidade das políticas públicas implementadas no Ministério.

 

Foto: Antonio Baborsa da Silva

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